terça-feira, 30 de julho de 2013

Cante com a guarda


As Secretarias Municipais de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), Direitos Humanos (SMDH), Saúde (SMS) e Segurança Urbana (SMSU), deram inicio no dia 23 de Julho ao Projeto "Cante com a Guarda", o projeto reúne as secretarias com o objetivo central de trabalhar a inclusão social na perspectiva da criação de vínculos entre a Guarda Civil e a População em Situação de Rua da Cidade de São Paulo.
O Complexo Prates então foi o campo de intervenção do projeto que foi muito debatido entre a equipe multi-profissional  ressaltando sobre os impactos e as possibilidades do trabalho sócio educativo com a população atendida e a relação com a Guarda.
O Projeto Cante com a Guarda visa agregar ao seu já conhecido Coral novos componentes: os usuários do Complexo Prates, as pessoas em situação de rua e usuário de álcool e outras drogas.
De que forma ?
A equipe multidisciplinar do Complexo junto com os integrantes da Guarda incentivam a participação dos usuários para tornarem-se parte do Coral e depois concretizar o projeto nas apresentações oficiais da Guarda.
Nós do Complexo Prates abraçamos o Projeto, porque embora reconhecemos a dificuldade de levar a população para as aulas, sabemos da importância de aliar esta população e a guarda, com todos os estereótipos e polêmicas que envolvem a visão "policialesca" de segurança publica militarizada e os preconceitos e valores moralizantes implicados a população em situação de rua. Assim consideramos uma grande oportunidade de trabalhar os dois grupos antagônicos mostrando que na pratica não existem lados opostos e que estes sujeitos fazem parte - juntos - da estrutura social complexa e esquematizada da nossa sociedade. O desafio de dizer que por trás de uma farda existe um ser humano, e por trás da situação de  rua e exclusão social existe outro ser humano, onde ambos são atores protagonistas na vida social da comunidade e do território nos move.
Será difícil será levar adiante o Projeto?
A dificuldade de empenhar um projeto desta complexidade esta certamente nos limites que podemos chegar, romper as barreiras institucionais, provocar questionamentos sobre a vida e sobre os valores que reproduzimos é o que move o trabalho humano, como nas palavras de um dos nossos conviventes, Alex reforça um detalhe perdido aos olhos de quem esta submergido no cotidiano profissional e na vida da rua: "O que mais me impactou foi ver o cara da guarda jogando ping-pong antes de começa o evento", e completou ainda: "...isso me fez pensar que ele pode ser igual a eu e ele também, eu não ia nesse negocio ai não, mas agora eu vi que os caras querem correr com nóis."
A partir destas falas podemos compreender quantas possibilidades são perdidas, o trabalho de um serviço, de uma politica publica deve voltar os olhares aos detalhes, ao que é dito, e este é o passo principal do projeto: escutar, interpretar junto e construir novos horizontes para as ações comunitárias da guarda e para a concretização da cidadania plena dos nossos usuários.
A cada usuário do serviço que se aproxima da Guarda é uma grande e excelente conquista e reconquista do objetivo que é o lema da GCM: Amiga, Protetora e Aliada da população, e pra nós observar este reconhecimento a esta população é uma vitória.


Veja também: Repercussão na mídia.


Projeto: Complexo Prates, Secretarias Municipais de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), Direitos Humanos (SMDH), Saúde (SMS) e Segurança Urbana (SMSU) e Sociedade Amiga e Esportiva do Jardim Copacabana (SAEC)
Texto: Ricardo Lima e Thauan Pastrello
Curadoria: Thauan Pastrello, Ana Cristina e Ricardo Lima

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